Alguns usam a abstenção como uma forma de votarem. Não gostam talvez de nenhuma das alternativas que surgem – apesar de serem imensas. Outros são indiferentes ao Governo que está, e tanto se lhes faz um como outro. Os salazarentos, os que apoiavam a proibição

Observador
do voto ou o voto muito condicionado no tempo de antes do 25 de Abril, pelos que conheço, não deixam agora de votar: querem voltar ao Poder seja como for, e gostam de ver gente como a do Chega.
A abstenção é tema todos os actos eleitorais. Primeiro, porque durante um longo período, são da abstenção as únicas sondagens legalmente permitidas. No entanto, estamos a caminhar para dados da abstenção, embora desagradáveis, semelhantes aos do mundo mais avançado, e aos das democracias velhotas. De uma coisa pareço estar certo: quem quer votar esforça-se por isso, como tanto nos esforçámos tantos, desde antes do 25 de Abril. Não vale a pena evitar dias de sol ou de futebol. Mesmo esses dias têm horas para tudo. E quanto mais se facilita, parece que andamos para pior. Basta não complicar muito.
Devo dizer que as minhas últimas experiências de voto, em sítios diversos (por me ter visto obrigado a mudar de residências), foram óptimas. Não encontro dificuldade nenhuma de que me queixar. Talvez só de facilidades.