Pelo que já li, o livro de Cavaco Silva constitui sobretudo um ataque a Passos Coelho, e às políticas do seu Governo, vindo ele dizer nunca ter concordado com elas.

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É certo que diz mal apenas de alguns ministros de forma mais declarada: por exemplo, Aguiar Branco, na Defesa, é criticado sem peias, talvez por não ter agradado às Forças Armadas; também Álvaro Santos Pereira merece a apreciação sibilina de ter estado demasiados anos fora, para poder entender o que se passava em Portugal.
Paulo Portas e várias pessoas do CDS são acusadas de não terem estado devidamente implicadas no pior da coligação.
Passos Coelho merece realmente alguns elogios. Mas não deixa de criticar bastante a sua política económica, que não deu os resultados esperados durante vários anos, e se revelou demasiado colada à troika. Cavaco chega a dizer isto, que eu não esperava dele, embora esteja de acordo: na economia, há sempre diversas soluções para cada assunto. E eu a julgar que ele era um tecnocrata irresponsável!
Enfim, chega a dizer de Passos que não entende se ele está a ser tão teimoso como afirmam, ou se simplesmente se deixa manipular demasiado pelo seu mau ministro das Finanças. Um homem que foi seu aluno e colega no Banco de Portugal, mas cujas políticas são diversas vezes criticadas por erros políticos, económicos e sociais.
Não esconde o que gostou de Seguro (em contraste com Sócrates e, provavelmente, Costa) e do anterior líder da UGT, Proença, a quem deu uma alta condecoração – e lamenta que Passos não tenha chagado a uma maior aproximação com o PS.
Veremos agora o que dirá Passos no seu livro sobre os mesmos temas. Certamente, coisas distintas.