
Fotografia do CM
Estou de acordo com Marques Mendes também nisto: a Oposição tem ajudado a moldar a boa imagem de Centeno, ao prognosticar para Portugal dados económicos muito piores do que ele consegue (dando a entender que ela própria nunca os conseguiria obter). Mais do que a Oposição, eu diria que o ajudam certos comentadores de imprensa que se pretendem independentes, e nunca fazem um ‘mea culpa’, passando dos resultados que o ministro consegue para outros que dizem ser terríveis – e depois se verifica não o serem tanto, como sempre sucede com o que dizem ou escrevem.
Mas na verdade, apesar de ser o ministro mais atacado, e talvez muito por isso, Mário Centeno vai surgindo cada vez mais como um guru económico de eleição. Porque as pessoas,

Oposição, fotografia do DN
digam o que disserem, notam que vivem, se não melhor, pelo menos com menores tensões desagradáveis. Enfim, vive-se melhor, mais arejadamente, e com bons indicadores gerais, que nos vão fazer sair da Lista Negra da Europa (como disse Marques Mendes) – coisa que não vimos a equipa de Passos Coelho conseguir, e menos ainda depois da saída de Gaspar.
E esta intromissão europeia tão descarada, a favor de políticas económicas mais liberais, às vezes apenas excessivamente reaccionárias (como volta a suceder com a venda do Novo Banco)? Só faz o Governo poder atirar para fora de si algumas responsabilidades. E no entanto, é tão óbvio o disparate de o Estado ficar com uma posição de 25% do Novo Banco, mas sem capacidade para exercer controlo e influência consentâneas, que até os outros Bancos a actuarem no território nacional, e sócios da Resolução Bancária que deterá os tais 25%, se sentem lesados pela falta de concorrência de que vai desfrutar, por imposição europeia, o novo concorrente.