
Santos Silva, MNE, fotografia da RR
«O episódio de Santos Silva foi mais grave do que o que se passou com o João Soares» – disse Carlos Abreu Amorim, deputado do PSD ao jornal i a propósito de o ministro dos Negócios Estrangeiros ter comparado a Concertação Social a uma “feira de gado”. O próprio ministro, Augusto Santos Silva, que já pediu desculpas, considerou a Concertação Social] «essencial na vida democrática». E garantiu que a sua gafe foi «um elogio em tom de brincadeira».

Abreu Amorim, fotografia do Inimigo Público
Vamos ao que interessa: assumir responsabilidades, demitindo-se do Governo. Já se percebeu que Carlos Abreu Amorim não é respeitado pelo próprio eleitorado do PSD, que preferiu prescindir da sua Câmara de Gaia a elegê-lo. Mas como se tem portado o PSD quanto a assumir responsabilidades políticas. Basta lembrar o seu recente governo, chefiado por Passos Coelho. Lembramo-nos das demissões de Relvas e de Miguel Macedo, contrariando muito Passos Coelho. E, no entanto, todos reconhecemos tratarem-

J. Soares, fotografia do Expresso
se de casos muito mais graves do que os de Soares e de Santos Silva. Já se viu que no caso de estar Passos à frente do Executivo, não haveria nunca nenhuma demissão.
Soares demitiu-se porque quis – e o PSD, pela sua prática com o actual líder no governo, devia ter vergonha de pedir demissões. Mas a gafe de Santos Silva, sem deixar de ser infeliz, certamente não mereceria demissão no PSD – razão pela qual o PSD deve ser o último a pedi-la.