A RTP perde em espectáculo televisivo o que ganha na moderação dos seus comentadores de domingo. Hoje, venho falar especialmente de Pedro Norton, por ser disso um caso típico (apesar de lá estar como comentador próximo ou ligado ao PSD, mostra-se mais distanciado dos problemas e mais independente do que a sua contra-comentadora, também do Público, e vejo-o semanalmente ser bem acolhido por gente de diversas posições).
Ele é muito mais o Expresso do meu tempo, onde estive entre Dezembro de 75 e o fim de 88 (e onde acabei a assinar 8 colunas semanais e fazer a quase totalidade das 1as. págs,), que o seu actual director (bastante mais engagé e assertivo, segundo me parece). Claro que a figura do director pouca importância tinha num jornal daqueles, para o seu resultado final. E está lá gente dos bons tempos, como Ricardo Costa (que, ao contrário do irmão PM, tinha fama de ser mais próximo do PSD) e surge como um jornalista mais independente.
O grande problema é que um jornal demora a ser grande. E a tornar-se agora pequeno, demorará muito a recrescer. Mas Francisco Balsemão lá saberá o que faz. Tanto mais que ele sabe muito de jornais.