Claro que a Oposição tem muito mais motivos para desgastar, do que o Governo. E na actualidade, isso vê-se bem em Portugal. De tal forma, que ainda nos arriscamos a ter um Governo a vencer um terceiro mandato, o que me pareceria indesejável.
Já disse não considerar Montenegro ideal para ganhar umas eleições (como também não considerava Passos, que perdeu as primeiras que não lhe eram oferecidas). Maqs a verdade é que ele também não parece fazer nada por isso. E na sua ânsia de criticar o Governo por tudo e por nada, esquece as críticas com substância política, ficando-se pelas de assuntos comezinhos. Já perece um outro Ventura. É ela e o que representa o seu partido na SIC, contra o Delgado Laves do PS. E isto sou eu a falar, que simpatizo realmente com o PSD e alguns seus governos.
Mas não me parece que o Pontal deste ano tenha sido motivo de grande orgulho, a não ser para os incondicionais. A principal novidade acabou mesmo por ser e presença de um Passos derrotado e envelhecido – embora fosse a última pessoa a dar o Governo ao PSD (e é isso que lhe vale).
De resto, a oposição ao Governo tem sido simplesmente retórica, sem nada de substancial. Nem o PR deles aproveitam, apesar deste ter deixado bem claro o interesse numa alternativa social-democrata ao Executivo, e ser realmente e ele que ainda se deve a pouca oposição (cuja responsabilidade não lhe cabe; nem a ele nem à SEDES). Dizer só que tem de sair, sem dar nenhuma razão para isso, serve apenas para mostrar não ter razões, e para animar o pessoal incondicional e militante. Até a apresentação ali de um programa, que deveria ter sido apresentado no Parlamento, cheira apenas a má e oportunista propaganda.
O problema de Montenegro é o eleitorado não ser constituído maioritariamente pelos seus militantes mais fervorosos.