A notícia principal foi a atribuição do prémio internacional Grand prix de l’Art de la Cuisine, pela Academia Internacional da Gastronomia, a José Avillez. Paris, destaca assim o que considera o “melhor cozinheiro do ano”. Mas isto já se sabia, é o que tem vindo nos jornais.

José Avillez, inforh.pt
Parece-me até muito justa a distinção, porque acho este Avillez o melhor cozinheiro que cá temos – embora eu não seja dos que mais enaltecem a arte da cozinha, apesar de a apreciar muito. Mas, enfim, esta criatividademania, mesmo quando não é criatividade nenhuma, tendo atingido todos os sectores, também se destaca naturalmente na culinária.
Estou a recordar que estes chefes extraordinários, modernos e ditos criativos (ou assim se julgando), numa recente entrevista ao Expresso, afirmavam gostar de ir nos tempos livres a boas tascas de comida tradicional.
Mas, no que nos diz respeito, e não se tratando sequer de um chefe de 3 estrelas Michelin (apesar de se esforçar por isso), ou de altíssima classificação na mais tecnológica lista da Restaurant, deve estar muito agradecido pela ida do seu mentor (a que ele teve o bom senso de se agarrar muito) Bento dos Santos para a presidência da Academia Internacional de Gastronomia. Estou convencido de que muito do sucesso da cozinha espanhola se deve à passagem pelo mesmo lugar de Rafael Ansón.
Entretanto, reparo que continua a onda de saídas de grandes chefes franceses do Michelin, para poderem tratar melhor dos seus clientes: desta vez foi Sebastien Bras, filho do lendário Michel Bras, que quis “dar um novo significado à vida” e “redefinir” aquilo que é essencial. Mas já tinha havido outros famosíssimos: Alain Senderens (um dos pioneiros da nouvelle cuisine francesa) ou Olivier Roellinger, por exemplo.
Entretanto, recordemos os portugueses estrelados pela Michelin, com
a lista completa de estrelas, incluindo já as novidades do ano: com 2, Belcanto (Lisboa, José Avillez), Il Gallo d’Oro (Funchal, Benoît Sinthon), Ocean (Alporchinhos, Hans Neuner), The Yeatman (Vila Nova de Gaia, Ricardo Costa) e Vila Joya (Albufeira, Dieter Koschina); e com uma, Alma (Lisboa, Henrique Sá Pessoa), Antiqvvm (Porto, Vítor Matos), Bon Bon (Carvoeiro, Rui Silvestre), Casa de Chá da Boa Nova (Leça da Palmeira, Rui Paula), Eleven (Lisboa, Joachim Koerper), Feitoria (Lisboa, João Rodrigues), Fortaleza do Guincho (Cascais, Miguel Rocha Vieira), Gusto (Portimão, Heinz Beck e Daniele Pirillo), Henrique Leis (Almancil, Henrique Leis), LAB by Sergi Arola (Sintra, Sergi Arola e Milton Anes), L’AND Vineyards (Montemor-o-Novo, Miguel Laffan), Largo do Paço (Amarante, Tiago Bonito), Loco (Lisboa, Alexandre Silva), Pedro Lemos (Porto, Pedro Lemos), São Gabriel (Almancil, Leonel Pereira), Vista (Portimão, João Oliveira), William (Funchal, Luís Pestana e Joachim Koerper), e Willie’s (Vilamoura, Willie Wurger).