
Entrega de OE 2018, fotografia do Jornal Económico
Vi um economista numa entrevista afirmar que, com a actual situação económica, era capaz de apresentar um défice zero (sensibilidade política zero, portanto, e não ganhará o Nobel da Economia porque julga que a Economia se faz com números e Excel, descurando os importantes factores subjectivos que têm valido tantos Nobel do sector). Vi gente do PSD e do CDS irritados com este OE 2018, certamente por não concordarem com qualquer dádiva aos cidadãos necessitados (parecem seguir o princípio de que ‘o que há é pouco e para nós’, como o tal economista – soi-disant).
No entanto, esta gente, quando esteve no Poder, nunca conseguiu que um OE funcionasse um ano inteiro (precisando sempre de mais um ou vários rectificativos), e percebe-se que tinham soluções bem distintas. Puseram na miséria um País que agora vai pondo devagar a cabeça de fora.

Economistas desfasados, fotografia da RR
O PSD e CDS têm como primeiro instinto criticar tudo, e depois dizerem, que os bons resultados se devem a tudo ter sido feito como eles faziam. No entanto, como se vê, o País está bem diferente, e as soluções são reconhecidamente distintas como afiançam organismos internacionais que fazem mea culpa por terem defendido acções diferentes e mais iguais às do anterior Executivo.
Ao menos reparei num tipo do FMI, daqueles que cá vinha receitar mais austeridade (música para os ouvidos de Passos e seu Governo), reconhecer que se tinham obtido melhores resultados (os que ele próprio pretendia e defendia) com políticas opostas (às que ele receitava e o anterior Executivo seguia).
Mas já vimos que as pessoas gostam de um determinado estilo (mais do que das políticas), e estão prontas a defendê-lo (mesmo contra todas as evidências). Aparentemente, a UE está melhor do que se esperava, por Draghi ter contrariado o alemão Schauble e todos os seus seguidores na UE. Mesmo assim, na sua despedida, Schauble afirmou-se contente com a situação europeia, sugerindo que ela se deve às suas políticas. E o que dizer dos apoiantes de Trump que continuam a valorizá-lo positivamente?
Já dizia o outro que a democracia não é boa nem perfeita; limita-se a ser o menos mau dos regimes conhecidos. Sorte para o Isaltino.