Vinagrete 17.10.12 – E viva Caracala, que já morreu

Um velho militante do bom PPM (o do bom tempo, de figuras como Ribeiro Telles e Luís Coimbra), ensinou-me esta frase do Imperador romano Caracala (188-217): «Todos os mortos merecem as nossas maiores homenagens, desde que tenhamos a certeza

Busto de Caracala, Wikipédia.

de que estão bem mortos». E tornou-se logo claro que Caracala não se referia a mortes necessariamente biológicas, mas também políticas. Foi por isso que o Dr. Cunhal deixou de me preocupar, a seguir ao 25 de Novembro de 1975. Igual agora, mais recentemente, com Passos Coelho e Sócrates. Embora reconheça que o exibicionismo gastador de Sócrates em Paris fosse um bocado irritante para quem não se deixou corromper na vida, ou para quem nem sequer teve essa oportunidade (o que não significa concordar com as práticas antidemocráticas e antijurídicas do nosso Ministério Público). Não sou necessariamente vingativo. Só não gosto de ser governado por gente desta.

Isto tudo para dizer que, na hora da saída, também o até agora ministro das Finanças alemão Wolfgang Schäuble me merece as maiores homenagens. Como provavelmente me merecerá, depois de ir embora, o ex-ministro das Finanças holandês. Ainda por cima, tudo indica que, talvez por causa de Draghi, a Europa conseguiu sobreviver a eles. Não foram tão devastadores como quiseram, e como nós tememos. Escusavam era de se gabar dos resultados europeus conseguidos com a perseverança de Draghi. E não é que o nosso Gaspar, com o seu último relatório do FMI sobre impostos progressivos, parece agora mais próximo da Geringonça do que do Governo a que pertenceu (e de que, reconheço, saiu desiludido).

 

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