Dijsselbloem, fotografia do Expresso

Espalhou-se por aí uma grande reacção negativa ao presidente do Eurogrupo, o supostamente socialista holandês inominável (imaginem que se chama realmente Jeroen Dijsselbloem), por ter falado nos amantes de ‘copos e mulheres’ como sendo os gastadores países do Sul, onde os empresários muito gastadores e dados mais à especulação do que ao trabalho terão arruinado as finanças dos respectivos países.

Embora eu admita, como me parece ter feito António Vitorino, que o homem devia ter-se passado dos copos antes da sua celebrada frase, numa entrevista a um meio alemão (talvez para acariciar Scauble, e jogar na permanência do lugar mesmo depois de ter de deixar o ministério das Finanças da Holanda, pela queda eleitoral abrupta do seu partido, certamente devida ao seu fulgor disparatado), penso como Rui Tavares que não terá sido mau fazê-lo. É que assim quase de certeza não conseguirá ficar por si na presidência do Eurogrupo, depois de ser afastado do Executivo holandês. E afinal, embora os holandeses sejam muito dados ao álcool (copos) e ao sexo (homens e mulheres, de forma menos sexista do que ele julga), talvez o pobre Dijsselbloem não o consiga ser por problemas pessoais. Porque afinal o que levamos nós de muito bom da vida senão isso: copos e sexo? Afinal, vale a pena uma pessoa fascinar-se tanto por dinheiro, se não tiver um objectivo prático como esse?

Enfim, Dijsselbloem mostrou há muito não ter capacidades para o seu cargo europeu, embora tenham sido precisos os votos do eleitorado holandês para o afastar realmente. A Europa ficará seguramente melhor sem ele. E ele terá de reposicionar-se mais contidamente na ideia de copos e sexo, evitando beber de mais e dizer publicamente disparates maiúsculos. Claro que qualquer democrata cristão de um país do Sul (com muito Sol, muitos copos e muito sexo), como o espanhol Luís de Guindos, parece mais apropriado para o cargo do que aquele holandês tão esquisito (no sentido de ‘estranho’, e não de ‘fantástico’, como se poderá depreender da palavra francesa) como o seu nome.