A Wikileaks quer lixar Hillary Clinton, mas não Trump

Convenção democrática de Filadélfia, fotografia do Público
Alguma vez alguém chegou a ter tão bom fundo, que acreditou nas boas intenções da Wikileaks, sempre pronta a denunciar malefícios no mundo ocidental e democrático, mas sempre calada sobre os regimes mais ditatoriais? Pois agora aí temos a prova dos 9: nas primárias americanas nada os comoveu no Partido Republicano, e assistiram com calma e distância à nomeação do apalhaçado Trump. Já quanto ao Partido Democrático, e depois de o candidato Bernie sanders ter declarado o seu apoio a Hillary Clinton, como melhor forma de afastar o perigo Trumpo, lá aparece a Wikileaks, com denúncias sobre o Partido Democrata. Denúncias que, obviamente, só favorecem Trump.
A intenção foi criar uma autêntica guerra civil entre os democratas, demonstrando com provas como a direcção do Partido

Wikileaks sempre ao lado dos maus
se portou mal, ao apoiar claramente Hillary Clinton contra Sanders. Claro que Bernie Sanders, mais bem preparado, não se deixou iludir, e manteve o seu apoio firma a Clinton, indiferente aos efeitos do Wikileaks. Mas o seu povo ficou naturalmente indignado.
Definitivamente, esta gente do Wikileaks, mais afecta a Trump e a Putin do que eu, não me suscita a menor simpatia. E se aquilo fosse jornalismos em bruto e não tratado, não deixaria também de ser um jornalismo demasiado alinhado com a Direita reacionária e avesso à democracia – ou apenas à independência jornalística, cada vez menos de moda.