No fundo no fundo, temos uma certa admiração pela Monarquia, Mesmo os que se dizem republicanos.
Eu, que republicano me confesso, não entendo esta loucura pelos 70 anos de Isabel II, à frente do Estado, e 69 de coroação. É ver o tempo que lhe dispensaram as TVs portuguesas, supostamente republicanas. Algumas até mandaram para lá enviados especialíssimos. E as que não mandaram, é como se o tivessem feito.
Mesmo um senhor dirigente do BE, como Fernando Rosas, reconheceu que Isabel II, embora sem governar, é uma pessoa especial, que no fundo, estando há tanto tempo à frente de vários Estados, é um produto perfeito das monarquias. E no entanto ela não foi eleita, nem teria provavelmente as condições necessárias para o ser. Mas terá sido, todos o entendem, uma excelente chefe de Estado.
E mesmo na questão da Lady Di, não se atrevendo a contrariar os eleitos, como Tony Blair (o suposto autor da frase ‘a Princesa do povo’) não escondeu uma imensa contrariedade muito severa. E o tempo, coisa que nunca lhe faltou, veio a dar-lhe razão.
No fundo, é uma forma de dar razão contra a meritocracia ao filósofo de Harvard, Michael Sandel – e eu dou-lha. Mais outra contradição?
De qualquer modo, os republicanos estão de acordo numa coisa: limitar o tempo de funções do Chefe de Estado. Os outros cargos, até podem ter que se lhe diga, mas esse não. Todo o contrário da Monarquia. E as qualidades de Isabel II não andam muito por aí.