Eu, que sempre variei o meu voto, consoante o que me pareciam os meus valores, e que ouvi falar no voto sociologicamente móvel como o inteligente, sempre senti uma enorme falta da respeito por quem não varia o seu voto, a n\ao ser que esteja ligado a um partido político – com as obrigações inerentes. Admito nesse caso que se acredite ser o partido que melhor defende determinados valores.

Voto, porto.pt

Em Portugal, penso não nos podermos queixar, porque o voto é muito móvel, e permite saudáveis mudanças de governo, que tornam mais saudável a democracia.

Ultimamente, tudo se está a modificar por esse mundo fora. O voto da Direita, sobretudo em Portugal, sempre foi mais fixo – e menos inteligente – talvez porque cá a Cultura era considerada subversiva e de esquerda, bem como a inteligência. Neste momento, considera-se tão fixo o voto da Direita e da Esquerda, que os comentadores jornalísticos já dão como segura a sua existência, ao falarem no futuro. Em Inglaterra, com o Brexit, e sabendo de princípio que o líder trabalhista actual tinha sobre a matéria uma posição pouco clara, era mais natural ver-se o voto de esquerda ser menos rígido. De qualquer modo, o da Direita permaneceu rígido. As contas do impeachment a Trump, nos EUA, também dividiam o voto partidariamente, admitindo haver alguma mudança-inteligência à esquerda (embora se esperasse que também aqui a maioria seguisse orientações claras), mas nenhuma à direita, nos Republicanos.

Ora a senadora americana e repiblicana pelo Alasca, Lisa Murkovski, parece estar a mudar estas coisas. Se o exemplo dela for seguido pelos seuis companheiros de partido, podemos acreditar que a anormalidade do Presidente Trump acaba antes das eleições.