Sempre me pareceu um pouco de saloiice nacional, a contrastar com os hábitos estrangeiros, a pouca importância que se dá em Portugal aos sindicalistas, em detrimento de representantes patronais. Sobretudo por se tratar dos países com piores patrões e gestores (ainda que muito bem pagos), talvez pelo excesso de apoios dos por cá às empresas, que talvez as tornem inviáveis e os empresários pouco imaginativos e actuantes.

Reunião da Concertação Social, Jornal de Negócios

Reparo no entanto que os jornais vivem fascinados pelos piores e mais subsídio-dependentes, que assumem só saberem viver com ordenados mínimos dos trabalhadores, horários máximos e muito subsídio público. Estou a pensar por exemplo nessa figura tristonha que é Pedro Ferraz da Costa.

Já me parece mais interessante, por inesperado, ver alguns empresários (como o actual presidente da CIP ou Alexandre Soares dos Santos) preverem maiores aumentos salariais do que o Governo previa antes. No fundo, são estes os empresários que nos surpreendem, e os que talvez consigam ir mais longe.

Do Governo, também teríamos de esperar serem capazes de fazer o impossível. Só assim vale a pena ser político, como já dizia Maria de Lourdes Pintasilgo.

Dos sindicalistas, desde os dos professores aos judiciais, passando pelos da Saúde, lá está a sina de vermos todos falarem sempre no mesmo, multiplicando iguais exigências ao Estado que imaginam todo poderoso, e pretendem colocar ao seu exclusivo serviço, à custa da generalidade dos contribuintes: querem sempre mais dinheiro, melhor contagem de tempo trabalhado, maior número de contratações, e melhores meios. De facto, não se vê por aqui imaginação que valha a pena ter em conta e ecoar.