Vi por aí um clamor enorme contra as listas de deputados transnacionais na UE. Claro que o clamor foi maior, quando se pensava que António Costa as apoiava, para se lutar emocionalmente contra ele (já que racionalmente parece isso muito difícil ao PSD, por enquanto, e até entrar em funções a nova direcção – embora já tudo tivesse sido pior).

Público
Devo dizer que toda a argumentação contra a lista transnacional me fez apoiá-la. Primeiro, porque todas as opiniões, me pareceram demasiado paroquiais, e a defender antes certas posições de alguns deputados nacionais menos capazes (ou candidatos a isso). Depois, porque mesmo nessa perspectiva paroquial (não falo na defesa pessoal dos menos capazes), as listas transnacionais não nos afectam tão negativamente. Talvez pelo contrário. Propõe-se (a única proposta que conheço é a francesa, que pretende ser dos países mediterrânicos) apenas uma lista transnacional de cerca de 70 deputados, em mais de 700 – cuja larga maioria será sempre das tais listas nacionais, sujeita à maior partidarite. A lista transnacional nem necessitava de diminuir as listas nacionais, para o Parlamento Europeu se manter igual – pois poderia fornecer-se dos deputados que a Inglaterra vai deixar.
Depois, se nas listas nacionais o nosso lugar é sempre pequeno, no acesso às transnacionais poderia ser maior – como o exemplificado pelas presidências da CE de Barroso ou do Eurogrupo de Centeno.
Enfim, sou a favor das listas transnacionais. Mas devo esclarecer que só fui alertado para isto pelos seus detractores desajeitados.