Foi o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa que propôs o nome de Mário Soares para o novo Aeroporto do Montijo. Pois agora apareceu uma petição com escassas 9 mil assinaturas, ainda assim muitas para o caso, contra a ideia.

Fotografia do CM
Considera-se errado dar o nome de pessoas vivas a Grandes Obras Públicas. O caso de Mário Soares podia ser diferente, pelo papel que teve na implantação da nossa democracia, contra ventos e marés. Foi sobretudo contra as tentativas de apropriação do novo regime pelo PCP e pela extrema-esquerda, pelo que não admirará muito se vierem daí os peticionários. Eu diria de qualquer maneira que deve ser gente que andou com o rabinho entre as pernas, enquanto Soares dava o corpo ao manifesto pela democracia.
Marcelo Rebelo de Sousa, militante da primeira hora do PSD, é neste caso insuspeito. E de facto parece-me, contrariando os 9 mil peticionários, que Soares merece. E não apenas por aquele princípio do Imperador romano Caracala (188-217, em funções desde 211), segundo o qual ‘todos os mortos merecem as maiores homenagens, desde que tenhamos a certeza de que estão bem mortos’. Pelo papel que desempenhou (eu democrata me confesso, como Soares e Marcelo).