Se há crimes, evidentemente devem investigar-se, para castigar os criminosos. Mesmo com o disparate do segredo de Justiça, nas mortes de Pedrógão.
Mas é muito estranho os magistrados desatarem a actuar por cima da política. Por exemplo, o Ministério Público anunciou há dias investigações a obras emblemáticas da Câmara de Lisboa. Exactamente em cima das eleições autárquicas. Não teria melhores oportunidades para o fazer? Aparentemente, os magistrados não resistem a intrometer-se na política, cá como noutros países. E conseguem, quando o fazem, enorme projecção pública e simpatia (inexplicável) dos jornalistas menos preparados mas ainda assim com acesso às páginas dos jornais, espaços das rádios, e imagens das TVs.
Portanto, lá temos de os aturar, mais as suas intromissões – com muita pena de que não actuem quando devem, mesmo que em circunstâncias de menor impacto público. E assim como vimos eles deitarem abaixo a Presidente do Brasil (que talvez tivesse dado demasiado o flanco) para lá porem os maiores e comprovados corruptos – também os vemos agora intrometerem-se nas eleições nacionais. Já repararam que normalmente as pessoas condenadas ganham as eleições? Por algo será, como dizia um espanhol.