
Fotografia do Record
Não esqueço o entusiasmo com que todos os sportinguistas, mesmo os que estão disso esquecidos, receberam a transferência de Jorge Jesus do Benfica para o Sporting. Muitos deles, que detestavam Bruno de Carvalho (porque os meus amigos do Sporting são como eu nisto: normalmente não estão com a maioria), até amainaram esta sua irritação. Eu sei que não

Fotografia da RR
posso generalizar isto, e que há mesmo no Clube quem goste genuinamente de Bruno de Carvalho e do sportinguista Jorge Jesus.
Quem me conhece bem de perto, sabe que eu nunca gostei muito de Jorge Jesus, mesmo quando ele dava títulos gloriosos ao meu Benfica. Sempre achei que aquele mascar de pastilha elástica, mais a inconcebível

Fotografia da RR
cabeleira, mais o atropelo demasiado do idioma, o indicavam mais para o seu clube do coração, a que ele sempre chamou ‘Sportém’. Hoje os meus amigos sportinguistas já não o gramam, como certamente retomaram o horror a essa figura mediocríssima que é o Bruno de Carvalho. Mas têm de perceber esta coisa demasiado evidente: Jorge Jesus é um sportinguista do coração, e um homem do ‘Sportém’ dos pés à cabeça; ele não tinha era nada que ver com o Benfica – embora este tenha chegado a alguns títulos com ele, reconheça-se, apesar de eu não deixar de achar que foi ‘apesar dele’. E sim, eu sei, que nestes tempos de classe média alargada (o que alarga também os adeptos sportinguistas), o Benfica vai tendo igualmente comportamentos e gente censuráveis. Mas, felizmente, já nos livrámos há muito do Jorge Jesus.