Compreende-se que os manuais escolares de borla assustem as editoras, que com eles têm enriquecido. Mas a verdade é que abusaram, e os pais, sobretudo com o ensino democratizado e generalizado, não aguentam tanta despesa.

Enfiar exercícios nos manuais, transformando-os também em cadernos de pouca duração, foi um expediente demasiado saloio para vingar. Como expediente demasiado saloio foi ver um representante dos editores, o simpático João Amaral, em tempos director de Informação da RR, contrariar números e factos, para garantir que as famílias estão a deitar fora os manuais oferecidos pelo Governo (esperamos que passe do 1º Ciclo para os outros), na sua política social de educação, para os irem comprar mais caro. Pelo que conheço e me é dado ver, nem os mais ricos o fazem. Talvez Amaral imponha isso à família. É um caso para ver, e levar talvez o Governo a abrir alguma excepção nos manuais pagos.

De resto, penso ser muito fácil acabar com os manuais que sejam simultaneamente cadernos, e impor outros de maior duração e possível sucessão. É uma questão de arranjar uma política para aprovação dos manuais mais úteis, inviabilizando os outros. Aqui está uma área em que se pretende ver o Governo interferir. A área social. Não a das mordomias políticas.