Tudo serve para estar contra Cristas

Fotografia do JN

No social, fotografia da caras
Parece que os dirigentes do CDS não amam demasiado Assunção Cristas. Nalguns casos, ela pôs-se a jeito. Mas em termos gerais… não percebo esta comoção.
Muito bem, Hélder Amaral excedeu-se no Congresso do MPLA. Mas como poderia ela ser firme naquele caso, se estava lá o ex-líder do partido (numa situação ainda mais dúbia), o mesmo que pastoreara o CDS de rédea curta e sem dar abébias, e o mesmo que a designara a ela própria sucessora. Convenhamos que o caso não era fácil.
O convite à ex-ministra socialista da Educação Maria de Lourdes Rodrigues para participar numa iniciativa do CDS, por outro lado, deveria parecer uma boa malha. É que esta ex-ministra está muito mais próxima (pelo menos a avaliar pela sua acção, quando esteve à frente do departamento) das posições centristas no sector, do que das deste Governo do PS.

Com PP, fotografia do Jornal de Negócios
Sobre o avanço de Cristas para candidata a Lisboa, sem uma autorização expressa do CDS, percebe-se bem a prudência. Como iria uma miúda imposta para líder avançar assim, sem ter a certeza de ser apoiada. E arriscando-se a não o ser. Só se a falta de ambição fosse tal, que não se importasse de deixar o barco rapidamente.
Nisto tudo, o que tendo a perceber melhor, é uma certa irritação de dirigentes do CDS com o fascínio de Cristas pelas revistas cor-de-rosa. Mas este fascínio dela faz parte do deslumbramento pelo conhecimento público, e da ambição com que se apresenta. Se lhe cortam esse inconveniente, talvez lhe cortem o resto do fascínio e da

Apoio à Igreja é mais consensual no CDS
ambição – ou pelo menos de uma útil demonstração pública deles.
Se querem Assunção Cristas, têm de a ter como ela é, que foi como agradou a Portas, que se deu ao luxo de a nomear sucessora (quando o mais avisado, se ele tivesse juízo, que nunca teve, seria não se meter nisso). Se não a querem, qualquer pretexto serve para a atacar. Pessoalmente, nem sequer me atrevo a dar opinião sobre se a devem querer ou não. Mas se a quiserem, é como ela é. Se for preciso um oportunismo de oposição que una todo, é este de não estando no Governo apoiar a Igreja na questão do IMI.