
Cristina Espírito santo, fotografia de flashvidas.pt
Maria Cristina Espírito Santo, filha de Jorge (um dos muitos irmãos de José Manuel, um dos quais, Ricardo, foi presidente do Banco até morrer, e outro, António, a sua consciência crítica e presidente da Fundação José Ricardo Espírito Santo) disse numa entrevista ao Expresso, antes da falência do GES, que a Comporta era o sítio onde a família ia brincar aos pobrezinhos. Dito assim, da sua casa magnífica com uma excelente piscina, e na maior Herdade privadas de Portugal, caiu mal. Mas talvez ela tivesse a sua razão.
Para preservar a beleza relativamente autêntica do local, os seus proprietários mantinham muitos dos atrasos que o tornavam típico, e não acabavam com a mosquitada à prova de quaisquer repelentes. Dizia-se que era um local Eco-Chique.
A Comporta insere-se nos limites da Reserva Natural do Estuário do Sado, o que lhe permite preservar toda a sua beleza

Comporta, fotografia de troia.net
natural. Desde as dunas, a todo um imenso pinhal circundante, a Comporta tem o privilégio de reunir condições óptimas para cativar o mais exigente visitante. Restaurantes fantásticos e de várias categorias, desde O Sal, antigo Aqui Há Peixe à Casa Messejana, em Brejos da Carregueira,passando pela Tasca do Gervásio, muito da família Espírito Santo. E um quiosque com revistas e jornais internacionais, que garantiam os prazeres fundamentais dos frequentadores do local..
As praias (vamos ter em conta as do Pego, Comporta e Carvalhal, entre Tróia e Melides), com um extenso areal que se estende sobre o oceano, ondas suaves e calorosas, e o vento suficiente que consegue até atrair praticantes de Kitesurf e surf. Também há bom estacionamento, e simpáticos apoios de praia.

Comporta Café, fotografia de lisboa.convida.pt
O que a tornou especial foi ser também a terra dos Espírito Santos, quando eles ainda eram banqueiros e donos disto tudo.
A Herdade da Comporta era o principal motor económico da região. Na aldeia já se pergunta quem serão os novos donos disto tudo, que lhes assegurem um futuro de alguma prosperidade. Cabe lá uma Lisboa e meia. Os seus 12.500 hectares produze iamm 3.538 toneladas de arroz, 263 mil garrafas de vinho, somam lotes e casas cobiçadas por milionários e, o mais importante de tudo, 12 hectares de dunas e praias, muitas em estado puro.
Há por lá quem ainda lembre sem granfes saudades o tempo em que aquilo era da empresa britânica Atlantic Company. Os Espírito Santo compraram-na em 1955. Houve a nacionalização do pós 25 de Abril, a reprivatização (1991), e o GES chegou a anunciar o

Casa da Comporta, fotografia minhoguadiana.blogspot.com
lançamento do Comporta Dunes, um investimento de 92 milhões de euros, 16,5 milhões de fundos comunitários, numa área de 551 hectares. Com pompa e circunstância, Paulo Portas aplaudia «o maior investimento turístico da década», e o ministro Álvaro Santos Pereira «o primeiro projecto turístico do pós-crise». Havia ainda a participação do Áman Resorts, grupo conhecido pelos seus hotéis de ultra-luxo. A inauguração do campo de golfe e de um hotel de luxo chegaram a estar previstas para albergarem um grande torneio de golfe internacional.
Christian Louboutin, o conhecido criador dos sapatos de salto alto e sola encarnada, era só um dos muitos que se renderam à Comporta (e já a largaram). Também as princesas do Mónaco se juntaram ali a muita sociedade nacional e internacional.
A freguesia conta pouco mais de 1.100 almas, mas a população triplica no Verão.

Restaurante Sal, Pego, Comporta, fotografia de noticiasaominuto.com
A Comporta é uma freguesia portuguesa do concelho de Alcácer do Sal, com 150,54 km² de área e 1 268 habitantes (censo de 2011). A freguesia é limitada a Norte pelo estuário do rio Sado e a Oeste pela península de Troia, da qual fica separada pela ribeira da Comporta. E havia também o porto da Carrasqueira, no estuário do rio Sado
A Comporta já era famosa pelas suas praias ventosas, de areias largas, águas calmas e muitos mosquitos. Com o clima ameno do Verão. De resto, os acessos são bons – através de uma estrada de terra que parte da EN 261, antes de chegar à Herdade da Comporta – no sentido Norte-Sul. Durante muito tempo, foi o local escolhido por gentes do interior alentejano para ir a banhos. Recentemente, devido à autoestrada Lisboa-Madrid, e à aura dos Espíritos, tudo

Praia do Carvalhal, foto de playocean.net
puxava para cima.
Em 2015, o restaurante Sal, na praia do Pego, foi considerado o melhor bar/restaurante de praia do mundo pelos leitores da revista Traveler.
E depois há o Museu do Arroz, que conta a história desta zona, como havia o restaurante o Armazém do Arroz.
Em 1836, foi incorporada na nova Companhia das Lezírias do Tejo e do Sado, propriedade pertencente à Coroa Portuguesa. Em 1925, comprava-a The Atlantic Company. Em 1955, com o incremento das terras produtivas e o aumento da área de pinhal, iniciou-se a requalificação das aldeias com a construção de redes de infraestruturas, bairros sociais e escolas – e passou para os Espírito Santos. Seria nacionalizada em 1975. A reprivatização decore entre 1989 e 91. Mas é a partir de 2004 que o GES fosfora os grandes projectos turísticos, que não sabemos em que darão. Mas nada de bom se pode hoje prever. Lá estão, contudo, 3 praias de excepção: o Pego, a Comporta propriamente dita e o Carvalhal.