Marcelo na maior no 10 de Junho

Fotografia de impala.pt
O 10 de Junho é o dia ideal para o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa. Os discursos prestam-se à exaltação que ele sempre gostou de fazer do Povo português – numa visão muito popular e quase marxista da História.
Por outro lado, as sondagens agora divulgadas mostram que ele recuperou com largueza pessoal a tradicional popularidade dos Presidentes da República do pós-25 de Abril, com excepção de Cavaco Silva, estando próximo dos 80% de aprovação. Nem sequer o facto de a maioria dos inquiridos, com uma certeza e determinação que me custa a entender, discordarem do seu chumbo às barrigas de aluguer, afectou essa popularidade imensa. Mas até na forma como despachou promulgações eum único veto, sem esperar pelo termo dos prazos, apesar de assoberbado com Euros de futebol, recebimento de Selecção, viagens, escolhas e discursos do 10 de Junho e etc., não precisou de esgotar prazos
Claro que ele haverá de se demarcar do Executivo de esquerda, e afirmar-se como a liderança da Direita moderada e social a que pertence. Mas para isso vai deixar primeiro desaparecerem os responsáveis pela anterior situação de direita antissocial, Passos Coelho e Assunção Cristas (que têm muita sorte na atenção que a imprensa lhes dá). De resto, ainda estamos no momento em que é preciso acabar com as tensões reacionárias e de cortar à faca com que certa direita reapareceu em torno de Passos e do seu Governo. Como também é ainda o momento de brincadeiras como a do último Inimigo Público, segundo o qual, Centeno, para garantir mais impostos, quereria escrever nos maços de cigarros que ‘fumar dá saúde e faz crescer’.
Mas depois voltará uma direita alternativa ao actual Executivo de esquerda, mais à imagem de Marcelo e do velho PSD, bastante social e católica, talvez mais parecida com o Papa Francisco do que com a Hierarquia portuguesa que defende o Ensino Privado só para alguns beneficiados e pago com os impostos de todos.