O sistema eleitoral estafado

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Vi há dias, num artigo de Teresa de Sousa no Público, que as pessoas já começam a interiorizar um aspecto que eu venho há muito salientando: o sucesso eleitoral que está a demonstrar Trump não se deve tanto às suas alarvidades raciais, mas mais ao facto de se opor ao sistema capitalista interpretado por Wall, Street (de que a defensora máxima, nestas presidenciais norte-americanas, parece ser Hillary Clinton). As pessoas estão portanto a votar mais contra o sistema, do que a favor de Trump. E é por isso que, no campo democrata, Bernnie Sanders também junta vitórias, fica-se com a ideia de que tendo aparecido antes varreria Clinton, e surge nas sondagens como muito mais capaz de vencer Trumpo do que a própria Hillary.

Mas na Europa também temos muitos casos desses votos de protesto, contra os partidos do sistema: são as extremas direitas várias, os populismos que têm por aí pululado, o Syriza, o PODEMOS e etc. A sigla parece ser a mesma em todo o mundo: ‘contra o sistema, marchar, votar!’

E nem seria preciso ler o livro da Prémio Nobel da Literatura 2015, Svetlana Alexijevich, chamado O Fim do Homem Soviético, pare perceber que esse sistema, levantado selvaticamente e desreguladamente no pós-comunismo, ainda provoca mais rejeições lá pelo Leste.