Vinagrete 16.05.17

Don’t cry for me Brasil

Fotografia do Globo

Fotografia do Globo

Quase dá para parafrasear Madona, com o ‘Don’t cry for me Argentina’. Os artistas têm mais acesso aos jornais, e vêem projectado o seu protesto não só pelo fim do Ministério da Cultura, mas por o ministro da Educação agora responsável pelo pelouro, Mendonça Filho, ser um dos mais implicados em casos de corrupção política e, logicamente também, no movimento pelo ‘impeachment’ de Dilma, sem eleições antecipadas.

Entretanto, o nosso Governo, talvez esquecendo o que o Partido Socialista deve, nos tempos do antigo regime, a países que não reconheciam o Poder português de então, arma-se em pragmático (a maior imoralidade em política), e reconhece quem está na Presidência, seja como for que tenha lá chegado (Augusto Santos Silva, MNE português, dixit). Mas talvez seja só retaliação: como frisou o embaixador Seixas da Costa, que já foi responsável pela representação portuguesa em Brasília, a direita daquele país é mais ligada a Portugal do que a esquerda de Dilma.

Repare-se agora no conservadorismo do novo Presidente brasileiro, Temer, o mesmo que não teve pejos em ser vice de Dilma para chegar a este lugar. Segundo mostram as sondagens, ainda hoje ele não teria mais de 2% de apoio eleitoral. Mas é Presidente. E tem um governo só de homens brancos tipo europeus (apesar da sua origem pessoal síria, que disfarça como pode). Nada de negros, mestiços, nem mulheres. Só mesmo corruptos e fraudulentos, o que voltou a ser qualidade política no Brasil. E até se mostra relativamente culpado (pelo menos em público), dando desculpas esfarrapadas. Vamos assistir ao comportamento dos seus ministros.

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