Um realizador luso-americano, com obra nos EUA, quer trabalhar em Portugal.
O extraordinário da coisa é que qualquer realizador português, bem como um actor nacional, dariam tudo o que fosse preciso para internacionalizarem as suas carreiras nos EUA.
Então porque é que um realizador luso-americano, com obra já nos EUA (lançou lá o filme de terror Wormtown), quereria vir trabalhar em Portugal?
Provavelmente ouviu falar dos financiamentos públicos ao cinema, e acha que conseguiria cá o financiamento para um filme seu, que não consegue lá. É que os financiamentos nacionais são independentes das condições dos filmes para gerarem dinheiro de bilheteira. E nos EUA não. Como o sistema de produção europeu é distinto, com o chamado cinema de autor, que mais uma vez tem menores possibilidades de dar lucro.
A verdade é que viria sobretudo fazer concorrência aos seus congéneres nacionais, que ambicionariam outro tipo de concorrência com ele.