Quando vejo André Ventura, do Chega, apresentar um projecto do seu partido, para dificultar a naturalização de Bebés imigrantes, lembro alguns amigos portuenses, louros e de avoengos bem estabelecidos até ao fim dos tempos, a considerarem mouros toda a gente do Sul, enquanto na terra deles haverá só alguns. E lembro as oportunas palavras da escritora Lídia Jorge no 10 de Junho, sobre a impureza rácica de toda a gente portuguesa, o que seguramente incluía os meus amigos loiros portuenses. Bem como as do Presidente da república, no último discurso do 10 de Junho, a considerar que a grande vantagem de Portugal é o seu universalismo, também rácico.
Seja como for, Ventura, moreno como é, não disfarça nada a sua impureza. E os que não disfarçam são os piores. Como se viu por quem bateu no actor. Só espero que os tribunais não os mandem para casa, como se não fosse nada.