Os portugueses de forma consciente (sem imaginarem que isso iria afectar todos, incluindo os próprios, votaram por exemplo no Chega, apesar de saberem que a sua falta de confiabilidade faria que nunca fosse para o Governo, como disse Montenegro, e no mesmo Montenegro, sabendo que ele não teria a maioria absoluta que lhe permitiria formar governo), ou inconsciente (os motivos são os mesmos).
Só Luís Montenegro, mesmo sem poder formar governo, tinha razões para estar satisfeito, como se viu pelo seu ar, na própria noite eleitoral: viu a maioria do eleitorado borrifar-se para os seus pecadilhos, que o fazem presa de chantagens várias, como já se viu, e se bem conheço o PSD, torna mais difícil a sua substituição como líder do partido contra a sua vontade, exigência natural do novo dirigente máximo do PS, para uma coligação.
Os empresários, apreciadores de estabilidade, não devem ter votado Montenegro. E o PS seria perfeitamente aceitável para eles.
E o problema da estabilidade, pode finalmente ser resolvido, com contentamento de muita gente e menos penalização de reformados e trabalhadores, com alguma aliança, mais ou menos (só deixando passar o programa de governo?) formal, PS-PSD.