O papa Leão XIV, cardeal Robert F. Prevost, não será o segundo Francisco. Isso eu, como qualquer pessoa, estou em condições de afirmar positivamente.
Tendo sido nomeado por Francisco, para estar à frente de um importante discatério da Igreja, e para aproveitar a popularidade dele, até será normal fazer algumas coisas próprias de Francisco. Mas só isso.
O último Papa mais parecido com Francisco, foi João XXIII. Depois dele veio Paulo VI, que até terminou o Concílio Vaticano II, a maior revolução da Igreja no meu tempo, em que pontificou o padre Ratzinger, que seria um Papa injustamente identificado com os conservadores (que não são nada conservadores, mas verdadeiros reaccionários), um intelectual pelos vistos pouco conhecido, que justificou ter virado à direita, pelos excessos do Maio de 68, e a influência que tiveram na sua universidade. Mas que, ao despedir-se da diocese de Munique, onde era cardeal, ainda defendeu, como seu pensamento, o casamento dos padres e as mulheres sacerdotes. Depois, seria conhecido como o pastor alemão de João Paulo II um Papa eminentemente político como Paulo VI (que afrontou Salazar, e era conhecido como apoiante da independência das ex-colónias portuguesas). O Papa Bento XVI, para além de ser muito obediente enquanto cardeal, fez tudo para se distinguir do seu antecessor, tendo iniciado mais discretemente a luta da Igreja contra os abusos sexuais dos padres, que Francisco levaria até às últimas consequências.