O eleitorado nacional é diferente do da Madeira, e recuso-me a acreditar nas sondagens que dão Montenegro como vencedor das próximas legislativas. Recordo que o eleitorado varreu do mapa Sócrates, quando começou a constar a sua falta de verticalidade. Claro que este é um dos aspectos em que o eleitorado de esquerda se comporta de forma mais adulta que o de direita.

         Mas há questões em que não faz sentido nenhum a última sondagem da Intercampus para o CM, divulgada em primeira mão pelas TVs a este jornal ligadas. E a serem verdade, e confirmadas por outras sondagens, é caso para o PS repensar o seu candidato a PM, que não terá outro momento tão vantajoso. Então o eleitorado prefere até Montenegro ao candidato socialista, PNS, para emprestar dinheiro ou até para comprar um carro em segunda mão? Também foi revoltante ver Miguel Albuquerque, ontem novamente nomeado chefe do Executivo Regional madeirense, responder calmamente ao entrevistador da TV Vítor Gonçalves, achar mal falar-se na campanha eleitoral do caso da empresa do PM, considerando que isso equivaleria ao eleitorado preferir impolutos que nada fizessem. A fazer lembrar os brasileiros que afirmavam em plenas campanhas eleitorais, com aparente orgulho: ‘Eu roubo, mas faço‘.

Já Montenegro a descer vertiginosamente no apoio popular, parece evidente. E Rocha surgir em primeiro lugar, nas preferências do eleitorado, a par de Rui Tavares (do Livre) é normal, tendo em conta as pessoas que abandonam Montenegro, e querem votar à direita, sem se misturarem com o Chega. O problema é Rocha não conseguir formar Governo, sem Montenegro. E o que está a suceder na Argentina, com um Governo liberal. Por algum motivo, os católicos são aconselhados a não enveredarem por liberalismos económicos.