Não será segredo para os meus leitores, que tendo eu votado no actual PR e estando de acordo com quase toda a sua acção, devia agora fazer a minha declaração de interesse, antes de escrever esta texto. Pois está feita. Agora, o dito texto.
Li, algures, que o PR vai exigir maioria parlamentar, para dar posse a um novo Governo. Acho muitíssimo bem.
Primeiro, por ser a forma mais saudável de manter no Governo o seu partido se, como tudo o indica, não ficar em primeiro lugar. Pode-se ser o PR de todos os portugueses, e ter uma simpatia partidária. De resto, embora esse seja um costume seguido desde Mário Soares, e de certo modo até saudável, a Constituição não exige PRs apartidários. E os eleitores sabem muito bem em quem votam. Se o líder do PSD for substituído, não me parece descabido verificar-se um entendimento PS-PSD, para o Chega ficar fora da governação.
Neste aspecto particular, o eleitorado da esquerda tem-se revelado genericamente mais adulto que o de direita. Não é só pela sondagem do Expresso. É que o eleitorado de esquerda deixou cair Sócrates, sem apelo nem agravo, enquanto na Madeira Albuquerque continua, com mais apoio ainda. E havia todas as razões para não continuar. E ser substituído á frente do PSD local.