Vinagrete 25.01.23 – Pichardo e o Benfica

Pessoalmente, sempre preferi que as pessoas se despedissem, a ter que despedi-las. E não era devido a possíveis indemnizações. Era pelo simples acto do despedimento em si, que me enerva. Até com médicos que era suposto vigiarem-me, o preferia.

         Dito isto, não é a mesma posição do Benfica e do seu ex-atleta cubano, Pedro Pablo Pichardo. Nem sabia que ele era do Benfica. E eu, até como sobrinho-neto mais velho do fundador do Benfica, Cosme Damião, sou um entusiasta do clube. Nunca esqueço, que foi ele a dar ao meu pai, também seu sobrinho mais velho, o primeiro carro. Rio-me mesmo, interiormente, quando alguns sportinguistas, usam o argumento da snobeira para justificaram as suas simpatias. E recordo que o Sporting foi fundado e mantém-se com gente da classe média, como o visconde de Alvalade, enquanto o Benfica era uma mistura maior, com pessoas do povo, da classe média (como os elementos da farmácia de Belém, incluindo o seu proprietário, um conde novo, o próprio Cosme Damião, então administrador da enormíssima Casa Palmela) e pessoas mais bem instaladas (como o duque de Palmela da época, um titular casado com a herdeira do título, e o marquês açoriano dono do Palácio do Rato, actualmente sede do PS, o marquês da Praia, que haveria de ser presidente do Clube).

         Divulgaram ambos comunicados, um a dizer que saíra do Clube por vontade própria e o outro que o despedira, os dois com razões para isso. E eu nem sabia que ele era do Benfica. Até dissera à minha mulher achar que o olimpismo não deveria permitir que alguém mude de nacionalidade, só por motivos egoístas.

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