Vinagrete 24.12.15 – PMs de direita, numa AR de esquerda

Macron confirmou um segundo PM de direita, embora do centro e seu grande apoiante, para um Parlamento de esquerda. Se ele não tencionava respeitar a vontade popular expressa em eleições livres, porque as convocou quando não era obrigado a isso? Saiu-lhe errado o expediente contra a extrema-direita, como já tinha saído errada a convocação de eleições antecipadas a outros, como ele devia saber.

         Claro que desta vez haverá um avanço para a esquerda. É que se trata de um PM da direita democrática, pelo que Macron não contará com nenhuma cumplicidade entre o PM e a extrema-direita de Le Pen. Mas será suficiente para o seu governo passar na Assembleia, só por marine Le Pen ter dito que se abstinha por enquanto de apresentar uma moção de censura? É que não disse como votaria outra, que Mélanchon já anunciou.

         Como dizia um comentador em Portugal muito a propósito, esta é a altura para Macron favorecer a democracia, e ficar na história como o Presidente que ultrapassou uma situação difícil, para deixar o Centro no poder. Para tal, muita falta lhe fará o PSF. Precisamente, o partido que secou completamente (não o chegou a fazer com a direita centrista, embora talvez isso estivesse nos seus planos). Então porque não arranja um PM socialista, que fosse aceitável para a esquerda radical de Mélanchon, quando isso não pareceria impossível (embora, realmente, significasse ter um Executivo mais á esquerda, mas bom para ter uma maioria parlamentar)? Só para evitar que o PSF recupere eleitoralmente, e o próprio desça?

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