Suponho que o PSD tenderá a subir eleitoralmente, e o Chega a descer.

            Vimos já noutros países a extrema-direita subir muito eleitoralmente, e depois o eleitorado, arrependido, a fazê-la descer (casos dos EUA e do Brasil). Bem sei que na Europa não tem sido sempre assim, e que nalguns casos, como a Itália, chagou ao Governo. Mas o eleitorado italiano tem mostrado ser menos inteligente do que o português. E não se ralou com o facto de Mussolini nunca ter chegado ao poder por eleições, mas a partir cabeças. De modo que o Chega ficará relegado à dimensão dos saudosistas do antigo regime e dos activistas do MDLP.

            Achei engraçado uma mulher, votante do Chega, ter surgido na TV a defender a situação antes do 25 de Abril. Não se lembraria, porque já era velha, que Portugal era então não apenas um dos países mais pobres da Europa, mas do mundo, e que no tempo de Salazar as mulheres não podiam sequer ser juízas. Marcello Caetano, para marcar diferenças, arranjou uma subsecretária de Estado (também não podia ser logo ministra) para o Governo, Teresa Lobo, e uma professora para a sua Faculdade, a Magalhães Colasso.

            Tenho a teoria de que o poder não desgasta, mas a oposição sim. Por isso acho que Montenegro, que não aprecia negociar, como se viu na eleição do presidente da Assembleia, só se for muito desajeitado no Executivo, não terá mais votos. E Pedro Nuno Santos já teve o seu maior score eleitoral.