A Iniciativa Liberal ficou-se pelos 8 deputados (menos que os 10 que eu tinha chegado a pensar que obtivera, e longe dos 12 que se propusera como objectivo), e um número insignificante de votos a mais do que nas eleições anteriores (quando a abstenção foi muito menor). E, contudo, o seu líder limitou-se a dizer na noite eleitoral que consolidara o 4º lugar, sem tirar mais conclusões.

Não falta muito para se parecer ao líder do Chega, que diz agora uma coisa e depois o seu oposto, condenando o seu partido a desaparecer. Uma coisa é certa: parece contar entre os seus eleitores gente que não sabe o que se passava antes de nascer, como se isso fosse natural (espanta-me sempre a naturalidade com que o assumem alguns concorrentes de concursos televisivos), e gente como eu não saber como os fascistas ou os nazis chegaram ao poder e o que foram os seus governos. Se soubessem, seguramente não haveria tantos governos de extrema-direita no mundo, não estaríamos com receio das eleições americanas, nem a situação na Argentina seria tão grave. E provavelmente a portuguesa não chegaria ao ponto a que vai chegar, se Montenegro cumprir todas as promessas.