Eu acho que o partido Chega está a ser muito sobrestimado, e não é só pela sua gente, mas também pelos comentadores.

            E penso que se for bem tratado, como merece, acabará por si, como o PRD acabou, e o PRD, como ouvi ontem a um dos comentadores mais esclarecidos neste ponto, ainda foi fundado por um militar de Abril, que não mudava de posições, e também não prometia tudo a torto e a direito.

            Ouvi ontem, numa das TVs de notícias, uma senhora a dizer  que antes de 25 de Abril tinha vivido muito melhor. E até dava exemplos do que ela achava melhor antes do 25 de Abril, e falava em coisas que não entravam nas preocupações dos governos de então, nem sequer havia, como a habitação (em que o pouco existente era à custa dos senhorios e nem se permitia que se falasse no assunto) e a saúde (que, valha a verdade, devemos inteiramente ao PS o pouco que há, e já serve para deixar médicos enervadíssimos).

Portanto, o êxito eleitoral do Chega deve-se ás pessoas que votam sempre no partido mais à direita (e não fazem ideia do que eram realmente o Adelino Amaro da Costa e o Diogo Freitas do Amaral) E aos jovens que mudam o seu voto à medida que vão sendo mais maduros (como sucedia antigamente com os que votavam na extrema-esquerda) deve perder parte da sua votação em breve. Primeiro pelos que deixam de votar naturalmente na extrema-direita. Depois, pelos que chegam à conclusão de que não vale a pena votar num partido que é sempre de protesto, e não chega ao governo (a não ser, que entretanto chegue).