Vinagrete 24.03.06 – Feminismos

Vimos como o jornal Público dedicou a sua atenção a certos feminismos, nos festejos do seu 34º aniversário, com a conferencia ‘Ser mulher em liberdade’ (aberta por Lídia Jorge), e fazendo directora por um dia a escritora  Maria Teresa Horta.

            Por outro lado, publicou uma entrevista com a fundadora do Banco Carregosa, que afirmou nunca se ter sentido discriminada por ser mulher num mundo tão dominado por homens como o financeiro.

            E, de facto, na minha vida profissional, nunca vi as mulheres serem inferiorizadas por serem mulheres. Daí compreender bem que as mulheres de sucesso não queiram a discriminação, mesmo positiva, da mulher. Fui educado numa casa com várias irmãs, e nenhum irmão, em que aprendi o respeito maior pelas mulheres, ao ponto de me surpreender, quando casei, com o que se passava em casa da minha mulher, que preferi pensar ser por alentejanice que a educação era distinta. Mas realmente, pensando melhor, a minha educação pessoal não deixou de ser diferente: nunca aprendi certas coisas que eram consideradas de mulheres (desde pregar um simples botão à cozinha). E no entanto, vejo os meus genros mais preparados para a vida, enquanto reparo que os homens da minha geração são negativamente discriminados.

            Talvez por isso, e por uma mulher considerada progressista e feminista, a quem eu em tempos (numa altura em que isso marcava diferenças, e eu era bastante jovem, ao contrário dela) disse orgulhoso ser favorável à igualdade dos sexos, ter-me respondido, com o seu ar teatral: ‘Pois eu sou a favor da diferença das mulheres’. Percebi que ela era a favor de uma diferença diferente, de que eu também fiquei fã.

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