Pelas reacções ao discurso da PGR, percebe-se que a intenção dos dirigentes políticos, se puderem, é esperar que ela termine o seu mandato, que está quase, e não interrompê-lo.
Talvez seja efectivamente o melhor. Já se viu que ela pôs um processo disciplinar á procuradora-adjunta, pelas suas declarações, em vez de optar por um inquérito. Teve assim a amabilidade de deixar bem explícito que as asneiras da Procuradoria são da sua principal responsabilidade, e que ela concorda com elas, e se opõe antes à total independência do MP.
Já quanto à actual juíza do Supremo e ex-procuradora que disse o mesmo que a ex-procuradora, entre outras coisas, não fez nada, seguramente com maior receio do Tribunal.
E não lhe adianta fazer investigações nos outros partidos, em vez de cumprir as suas obrigações. Apenas lhe dará o acesso pouco democrático à actividade política.