Cunha Rodrigues, em funções antes de Souto Moura, terá sido o último PGR que levou a sério as suas funções hierárquicas no MP. E por isso terá saído odiado por toda a gente. Depois dele, ninguém exerceu essas funções hierárquicas, que parecem, tão necessárias sobretudo num organismo com poderes públicos e sem aval democrático.
Lucília Gago, talvez para justificar a sua falta de explicações públicas, veio agora explicar que não tem quaisquer poderes e funções. Para que terá então aceitado o lugar?
O MP criou de facto imenso alarme social, quer pela investigação decidida ao PSD, quer pelo aviso a uma TV. Das 2 uma, ou há realmente ali um crime, com o pagamento a pessoal político de grandes ordenados (e já damos de borla o aviso à TV, que depois de investigado sempre dá a responsabilidade passada a outros), pagos por todos os contribuintes, apesar de estes não conseguirem quase nunca salários parecidos, e nesse caso têm de se investigar todos (e parece ir sê-lo, porque a PGR prefere que isso seja anunciado a dar explicações públicas); ou não há. De qualquer modo, seria bom que a PGR desse uma explicação.