Sempre achei que um Chefe de Estado deve ser eleito e ter os mandatos limitados, pelo que serei sempre republicano e nunca monárquico. Assim como penso não haver vantagens em um cargo público ser atribuído por nascimento, mesmo que a pessoa seja educada desde que nasce para ele.
Por outro lado, embora eu próprio nunca tenha sentido o menor fascínio por figuras reais, reparei que alguns republicanos do meu país, inclusivamente Chefes de Estado, não conseguem esquecer nem esconder o seu próprio fascínio. São os casos mais conhecidos de Mário Soares, que esquecendo a sua superioridade por ter ido a eleições e ver os seus mandatos limitados, adorava fazer as maiores vénias aos monarcas. E também Marcelo Rebelo de Sousa não conseguiu contar-se perante a
Rainha Isabel II de Inglaterra, sendo fora isso qualquer dos 2 Presidentes simpáticos para mim.
Tirando isso, apreciava o estilo do Príncipe de Gales e do nosso duque de Bragança, por terem algum pensamento conhecido, mesmo que diferentes dos meus. Mas Carlos de Inglaterra já veio esclarecer que o seu pensamento sobre o clima e as questões patrimoniais (em que era bastante conservador) eram anteriores à sua Chefia de Estado, e não voltariam a expressar-se.
No entanto, para quem viveu em Espanha no tempo de Juan Carlos, isso era uma enorme vantagem.