O eleitor de extrema-direita existe necessariamente num país em que esse tipo de governo esteve muito tempo em funções (casos de Espanha, Portugal e Brasil). De resto, ser extremista, de esquerda ou de direita, é uma moda que nos arriscamos a ver maioritária, na medida em que são muito populistas nas suas promessas.
Assim, vimo-los chagar ao Poder em Itália, nos EUA e no Brasil. E nada impediu os seus eleitores, mesmo vendo-se depois como não querem saber deles, e não estão dispostos a saírem do Poder pelo seu pé. A democracia está muito bem para serem eleitos, mas muito mal para serem afastados ou substituídos.
Felizmente, também não costumam ser maioritários, embora isso tenha sucedido. Lá têm os seus nichos. E em Portugal, como noutros países, alguns votam sempre em quem está mais à direita. Neste momento é o Chega, já não é o CDS. Os arruaceiros que podem dominar o partido não lhes interessam nada, desde que tenham o partido para votarem. A vantagem é que não costumam ser maioritários. Às vezes é preciso haver união entre os que se lhe opõem, por eles acabarem por conseguir o voto de muitos.
E o Chega português deixou bem clara a sua posição, na oposição a Lula – que tem todas as razões para se sentir honrado com tal oposição. Ficámos a saber que o Chega não se oporia da mesma forma se fosse Bolsonaro. Simplesmente o 25 de Abril serviu para haver Lulas e não Bolsonaros.