Uma das coisas mais evidentes que separa o mundo ocidental de Moscovo é a das mentiras. Enquanto uma capital ocidental, quando fala, o que diz é sagrado, em Moscovo passa-se o contrário.

            Julgam que as suas mentiras são uma grande arma, mas é o contrário. Toda a gente conta com elas, e simplesmente não têm credibilidade nenhuma. Não é só por acusarem outros das suas próprias acções, como se vê quando querem atribuir a invasão da Ucrânia a terceiros, mas vai mais longe: quando Putin diz não pretender matar o seu homólogo ucraniano, percebe-se que se tem esforçado por isso, e que continuará a esforçar-se. Até os russos acreditam mais em Biden do que em Putin.

            Com o seu actual nível de credibilidade externa, mais vale estarem sempre calados, ou falarem apenas para o seu povo, pronto a escutá-los.

            É como o antigo Presidente e primeiro ministro, depois de ter acusado o Ocidente de todas as atrocidades russas nesta guerra, ‘descobrir’ agora que o Ocidente está e envolver-se nela com as armas dadas à Ucrânia. Quem nos dera um pretexto mais directo da Rússia para nos envolvermos a sério.