Quando o bispo do Porto disse que os países ricos não têm supermercados abertos ao domingo tinha inteira razão. Eu, que sempre tive em profissões em que era necessário por vezes estar disponível ao domingo, posso afirmá-lo com maior certeza (ou à-vontade) talvez.

Bispo do Porto, blasfemias.net

Claro que são os atrasados (e Portugal é aqui bem atrasado) que estão sempre dispostos a fazer qualquer cedência à ganância empresarial, ainda por cima apoiada pelos consumidores (que não pensam na possibilidade de estarem empregados nesses supermercados a toda a hora), e constatando que os avanços tecnológicos têm permitido tudo menos diminuir sensivelmente os horários de trabalho. É certo que uma prova do atraso dos países, nunca percebida por Passos Coelho, é trabalhar mais horas, com o correspondente menor rendimento (ou produtividade) desse trabalho.

De facto, segundo dados do INE adiantados por um jornal, 1/5 dos portugueses trabalha ao fim de semana e feriados. O bispo do Porto não anda muito longe da verdade quando fala num novo esclavagismo. Assim, está visto que não se consegue produtividade.