Vinagrete 18.06.07 – As princesas não fumam

O Governo português, preocupado com o excesso de fumadores num momento em que se conhecem bem os grandes malefícios do tabaco, e consciente de que é no sector feminino que o seu consumo está a crescer mais, anunciou uma campanha subordinada ao slogan ‘as princesas não fumam’.

Fotografia de uma princesa com tendências fumadoras, por causa da mãe, segundo o nosso Ministério da Saúde, Expresso

Este género de campanhas, a apontarem socialmente para cima, já dera os seus frutos. Hoje não. As pessoas preferem imitar os costumes socialmente baixos (aqueles a que os mais snobes chamavam da ‘lowest middle class’). Estou-me a ver num barbeiro, com um miúdo a pedir um corte à Ronaldo – famoso e rico, mas possidoníssimo como é moda. E que tal pensar em todos os que gostam de usar desenhos horríveis na pele, as célebres tatuagens (outro indicador claro de classe baixa agora de moda)? E nas miúdas que se põem a fumar, sentindo-se mulherzinhas, ao verem uma pequena das barracas de cigarro na mão ou na boca, numa telenovela? E, neste aspecto, quanto pior a posição, mais efeito faz.

Para já não falar nas reacções conhecidas, a protestarem contra a discriminação de género. Porque as campanhas democráticas e politicamente correctas têm de atingir por igual todos os géneros, e com todos serem igualmente compreensivas: masculino, feminino e os vários assim-assim. Além de que ‘princesas’ faz lembrar uma linguagem demasiado monárquica, a pedir equivalências republicanas. Mas mesmo qundo a filha de Staline, Svatlana, fugiu para o Ocidente dava-lhe o nome de ‘princesa comunista?.

Enfim, uma campanha condenada a todos os insucessos – e ainda por cima seguramente cara. Até no PS e no Governo está a ser contestada. Estou a ver uma quantidade de princesas e príncipes, para não falar dos republicaninhos, horrorizados com isto.

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