A zanga dos galeristas portugueses esteve bem em evidência no fim-de-semana passado, durante a ARCO de Lisboa. Parece que os

ARCO de Lisboa 2018, CM de Lisboa
organizadores, muito apoiados pelo IFEMA espanhol (iniciador da ARCO em Madrid), pelo Estado espanhol e pela Câmara de Lisboa, decidiram dar o aval aos organizadores da Feira de Lisboa, e da sua política de gosto, e de exclusão de alguns deles. Resultado: fazem-se outras feiras concorrentes, como a JustLx, no Museu da Carris, nos mesmos dias da ARCO e muito próximo dela. Uma feira de desenhos em papel, que também acompanha a ARCO em Madrid, e teve lugar este ano nas Belas Artes de Madrid (Círculo), vai realizar-se cá em Setembro, também com o apoio dos espanhóis, – porque não se pôde fazer agora.
Talvez seja impossível ter todas as galerias de acordo e juntas num evento. Resta saber se os poderes públicos devem apoiar só algumas, segundo critérios das próprias, e sempre discutíveis. A verdade é que monstros das galerias de Lisboa, como a 111, a Arte Periférica, a São Mamede e a Monumental tiveram de ir para a JustLx, por serem reiteradamente excluídas da ARCO. Faz sentido?
Uma coisa é certa: não acredito que haja cá um mercado sólido e4 contínuo para tanta feira – sobretudo quando Madrid, cidade muito maior, estrá esgotada, e se propõe usar Lisboa como meio de expansão. Por muito mais agradável que a cidade de Lisboa seja do que a de Madrid.