Salvador Sobral deu uma entrevista a dizer estar a lutar por provar que vale mais do que a Eurovisão. Eu acho que não vale, e deveria

Salvador Sobral, VIP

limitar-se e gozar do triunfo que a vitória da Eurovisão lhe pôs em cima. Vitória que se deve talvez mais ao talento da irmã, e à canção que ela escreveu. Mas também um tanto, naturalmente, ao talento dele para cantar (sobretudo, se conseguirmos esquecer o seu mau aspecto).

Ele tenta aproveitar o expediente próprio dos medíocres cosmopolitas, que é cantar em inglês, julgando ser assim mais facilmente. Claro que este cosmopolitismo medíocre é o oposto da universalidade e da genialidade.

A canção de Luísa Sobral, em português, foi mais universal do que todas as outras, em inglês. O problema é haver dúvidas de que Salvador algum dia perceba isso.

Adeus Simone

Quando vi num jornal um título (confesso que não me interessou ler a notícia inteira) acerca da visão crítica de Simone de Oliveira sobre

Simone, Lux

uma canção do Festival da Eurovisão, pensei cá para mim: esta canção é capaz de ganhar.

Lembrando-me da fraquíssima performance de Simone num Festival de há anos, fiquei a pensar que, se concorresse, gostava de vê-la achar -me péssimo. Significaria isso que não seria tão mau como ela.

Será que ela achou má a canção do ano passado? Não é que eu morra de amores por aquele Salvador (talvez mais pelo talento da irmã), mas sempre foi melhor do que a outra, e ganhou, Quanto a prognósticos, só gosto de os fazer terminado o jogo. Mas sempre apostaria nalguma canção de que a Simone não goste.

Entretanto, esperemos pela final de sábado e pelo resultado de muitas paixões indiferentes às qualidades.