Um politólogo estrangeiro deu recentemente uma entrevista a um jornal português, em que sustentava ser Trump mais disparatado nas afirmações e nos twiters por si escritos, do que na acção (muito condicionada nos EUA pelas diversas instituições). Em suma, ele pode certamente ser burro e dizer muitos disparates, mas isso limita-lhe a acção. Por isso devemos ter mais em consideração o que faz do que o que diz.

Trumpinhas, Observador

Depois, um colunista nacional afirmou que Bush filho acabou a fazer coisas mais prejudiciais do que Trump, que ladra muito mas actua pouco. E cheguei à conclusão de que ele tem razão. O mundo está ainda a pagar a asneira da invasão do Iraque, ordenada por Bush filho, enquanto se limita a indignar com os disparates que Bush diz.

Alguém poderá achar que a denúncia do acordo nuclear com o Irão já não está apenas nas palavras. No entanto está. Porque o resto do mundo (Europa, Rússia, etc.) dizem tencionar manter o acordo, com o beneplácito do Irão. Portanto tudo o que Trump tem feito é limitar o poder internacional dos EUA, e estimular outros países (Rússia, europeus) a substituírem-no. E é isso que fatalmente acabará por acontecer. Mas os americanos que votaram em Trump têm de perceber que contribuíram para apressar o fim do poderio internacional dos EUA. Basta dizer que na Europa toda, até a Direita mais à direita, desde que minimamente inteligente, prefere a racionalidade de Obama ao primarismo de Trump.