Vinagrete 18.05.08 – JMT e FF enrolados

FF, DN

E não é que ferreira Fernandes (o tal FF, director do DN) e João Miguel Tavares (JMT, colunista do Público) se enfronharam numa disputa esquisita? Pois se tivesse de tomar posição, apostaria em FF, que sempre escreve muito bem, e sobre todos os temas – o que indiscutivelmente lhe dá vantagem. Mas, muito no fundo, gosto de ler ambos, mesmo que nem sempre concorde com eles. O que (falta de concordância) nunca foi problema para mim.

Relativamente ao FF, o que menos me agrada é a sua posição inflexível (ou parece-me a mim) contra os independentistas catalães – quando eu acho que todo o problema da Catalunha foi criado por Rajoy (quer quando fez o TC anular o estatuto de autonomia, quer quando a seguir não quis negociar as Finanças Locais – 2 coisas em que agora gostaria de recuar, mas sempre acusando os catalães, como se fossem eles os culpados do problema que ele inadvertidamente criou; e noutras coisas até estou de

JMF, Público

acordo com o PP espanhol, que foi muito menos austeritário do que o anterior Governo português). Tenho pena que a Monarquia (e eu nunca fui monárquico) não tivesse aqui desempenhado o único papel que lhe caberia em Espanha (que era o de manter e ser garante de uma difícil unidade). Saudades de Juan Carlos, e a ideia de que Felipe VI não se limita a ser monocórdico, mas também não tem jeito nenhum para aquilo, apesar da imensa preparação (que, como se comprova aqui, não é tudo nem suficiente).

Sobre JMT, não aceito a forma como ele se deslumbra com qualquer investigação da Justiça portuguesa (em ralação à qual nunca escondi as minhas dúvidas, para dizer o mínimo). Ele enche muito a boca, e a escrita, de presunção de inocência, mas duvido que a tenha, e não a mostra nada. Mesmo que o caso Sócrates lhe possa agora dar razão (mas não terei sido eu o primeiro jornalista idependente a criticar e a não acreditar nesse ex-primeiro-ministro, apesar de muito apoiado pela ala direita do PS).

Enfim, se tivesse de optar por um dos 2, preferia indiscutivelmente o FF. Até por considerar a sua argumentação mais frontal e menos preconceituosa.

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