«Isso também não!», esta era a resposta aflita da Mafaldinha, numa banda do Quino, ao seu amigo Manelinho, quando nos anos 70 o informara de que os professores iam ser proibidos de bater nos alunos, e ele perguntava se passavam a ser os alunos a bater nos professores.

Alunos problemáticos, YouTube

Afinal sim. Agora são os meninos-alunos a baterem nos adultos-professores. Isso tem-se visto aí por todo o lado (até já deu reportagens de TV), sobretudo por parte de crianças menos educadas, que o politicamente correcto não deixa castigar nem isolar.

Ainda há dias li num jornal a notícia indignada de uma criança nos EUA algemada pela Polícia depois de bater numa professora.

E o pai até se dava ao luxo de reagir assim, a falar grosso, em vez de se envergonhar com o despacho da sua vergôntea: «Ainda estamos a sofrer, isso é uma loucura. É algo que afeta a nossa família, os nossos amigos. Eu sei que o que o meu filho fez foi errado, e ele será punido pelo que ele fez. Mas o que o polícia fez depois é inacreditável.»

De acordo com autoridades policiais e oficiais da escola, citadas pela imprensa, a agressão aconteceu no intervalo das aulas, quando o menino não gostou que a professora lhe dissesse para parar de brincar com a comida. A criança atacou a professora repetidamente golpeando-a nas costas. Ainda de acordo com o relatório, a professora conseguiu segurar a criança, mas esta continuou a dar murros e pontapés e agarrando os cabelos da professora.

O incidente ficou registado nas câmaras de segurança da escola e em muitos dos telemóveis dos alunos, que foi depois levado para o Nicklaus Children’s Hospital em Miami para avaliação. De acordo com os funcionários, as autoridades estavam a seguir o protocolo quando algemaram a criança. Mesmo assim os pais do menino acreditam que «há um problema no caso», e estavam em choque com a atitude da polícia. E agora é assim: doenças e hospital, em vez de educação e castigos. Ainda bem que eu sou de outro tempo.