O pior parece ser o líder do Montepio, Tomás Correia, que anuncia a possibilidade de se recandidatar. E anuncia-o, porque sabe poder

TC no Montepio, fotografia do Dinheiro Vivo

ganhar: contra tudo (sobretudo as evidências negativas da sua gestão) e contra todos (desde o crítico e criticado governador do Banco de Portugal, passando pelo Governo, até aos agentes da Justiça).

Só o ele já ter ganho e o achar que pode voltar a ganhar mostra à evidência como os votantes, que deveriam ser mais esclarecidos, não querem saber das posições mais prudentes e oficiais, a começar pelo governador do Banco de Portugal.

O problema é que o Montepio está de rastos, e a Santa Casa da Misericórdia já não lhe pode acudir, com ou sem corrupção, porque quem o decidir fazer nos termos pretendidos por Tomás Correia corre o sério risco de ser preso.

Dê isto no que der, Marques Mendes parece ter razão num ponto: Negrão acertou em fazer do Montepio o grande tema do seu primeiro embate, na qualidade de líder parlamentar do PSD, com António Costa. Mas a verdade é que o Montepio conseguiu a aprovação dos seus fascinantes créditos fiscais – que poderão tornar-se num grande problema futuro, mas para já dão grande folga. Cheguei a pensar que para isso tinha o apoio do PSD e do PS e do Governo. Mas tanto ministro das Finanças, como o deputado socialista João Galamba (muito porta-voz dos colegas), como o GP do PSD em peso parecem desligar-se e estarem contra o assunto. A verdade é que o crédito é tão legal, como seria legal não o dar. Tomás Correia tem tudo para agradar aos que votam no Montepio, e para desagradar aos contribuintes, que terão certamente de pagar no futuro os seus desmandos. O problema é mesmo ele continuar lá. E porque não, se consegue tantos créditos do próprio Estado – por muito que o Governo se mostre contrário. E até o apoio de inúmeras Misericórdias, que parece n\ao se atreverem a contrariar demasiado o Governo.