Com o que aconteceu à vereadora e socióloga Marielle Franco no Rio de Janeiro (terá sido executada com o chauffeur por elementos da

Mireille Franco, Diário de Pernambuco

Polícia Militar), naquele Brasil onde toda a gente prefere os ladrões aos polícias, podemos considerar Portugal um País quase exemplar. Mesmo quanto a juízes armados em políticos, estamos a uma enorme e saudável distância – se nos lembrarmos que lá os juízes afastaram uma eleita, por razões aparentemente políticas, para porem no seu lugar um não eleito, que tomou a decisão horrível de pôr a policiar as ruas uns militares piores ainda do que a Polícia a matar cidadãos inocentes (como se viu com Marielle Franco).

Bem sei que o Brasil fica relativamente longe, com o ‘charco’ (ouvi chamar assim ao Atlântico aos espanhóis, sempre muito ligados à sua América Latina) pelo meio. Mas a língua aproxima-nos o suficiente, para nos inquietar, e fazer sentir muita solidariedade com aquele povo brasileiro tão sofredor às mãos das suas autoridades (demasiado judicializadas),

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A situação inquieta-me tanto como ver todo o mundo não beneficiar nada dos avanços tecnológicos, a não ser quem conquistou já uma posição empresarial forte. Quanto mais tempo livre os avanços tecnológicos nos deveriam dar, mais vemos os horários de trabalho (e o desemprego) aumentarem. E fazem-nos falta partidos de uma esquerda democrática descomplexada, como a que surgiu depois da II Guerra, para adaptarem o Mundo à nova realidade, e evitar que a ganância dos empresários os acabe destruindo.

Entretanto, empresas e grandes gestores vivem noutro mundo: os CTT dão prejuízo e distribuem dividendos (de quê?), a EDP de Mexia anda por aí a dar dinheiro a rodos s alguns e a protestar por achar que ganha pouco, os banqueiros há muito que se governam bem, mesmo nos seus anos de vacas magras, etc.